ECOS DO III ENCONTRO DE ESTUDOS DOS CAMINHOS DO PEABIRU

No dia (15) de junho de 2018, aconteceu o III ENCONTRO DE ESTUDOS DOS CAMINHOS DO PEABIRU, no auditório Brasílio Itiberê, na Secretaria de Estado da Cultura.

O evento foi organizado pela Paraná Turismo e contou com várias palestras teóricas e palestras com exemplos de aproveitamento turístico possíveis do Caminho do Peabiru.

Na abertura, o assessor cultural da Paraná Turismo, Hardy Guedes, apresentou pesquisas sobre a Trilha dos Apalaches, nos EUA, com, praticamente, a mesma extensão do Peabiru (3.300 km), traçando um paralelo entre o que existe por lá e o que podemos criar por aqui.

Na citada Trilha dos Apalaches, um caminho “inventado”, circulam cerca de 2 milhões de pessoas anualmente, movimentando mais de 50 milhões de dólares. O Caminho do Peabiru é histórico e, por isso mesmo, muito importante.

Na sequência, o Professor e Mestre em História, Arléto Rocha, Diretor de Cultura do município de Peabiru, apresentou as caminhadas que tem promovido na sua região, todo final de semana, com pessoas de vários lugares do Paraná e de outros estados.

Na região, por iniciativa do Prof. Arléto, foi criado o G7, quando 7 municípios da região assinaram um protocolo assumindo o compromisso de unirem esforços para explorar turisticamente o trecho do Caminho já identificado na região.

Em seguida, o Sr. Clemente Gaioski, de Pitanga, falou sobre as pesquisas que vem desenvolvendo na região, especialmente seguindo os passos percorridos e registrados pelo Cabeza de Vaca, quando se dirigiu para Assunção, passando por Sta. Catarina e pelo Paraná. Fica aqui o registro de que esse personagem é considerado o primeiro europeu a avistar as Cataratas do Iguaçu.

Finalizando a parte da manhã do Encontro, o Prof. Dr. Germano Bruno Afonso, físico e astrônomo, abrilhantou o Encontro com uma palestra sobre astronomia indígena, relacionando o Caminho do Peabiru com a Via-Láctea.

Na parte da tarde, a Dra. Claudia Parellada, arqueóloga do Museu Paranaense, realizou a primeira palestra entrelaçando a presença de portugueses e espanhóis com o Peabiru, especialmente no tempo das Missões Jesuíticas.

Na sequência, a arqueóloga canadense Profa. Dra. Evelyn Roberta Nimmo, falando sobre a erva-mate e o Camio do Peabiru, citando, inclusive, a descoberta em túmulo inca de consumo da erva-mate, o que vem a ser uma prova do contato entre os nossos indígenas e povos andinos.

Terminando o cliclo de palestras, Hardy Guedes apresentou uma teoria diferente de tudo o que se fala sobre o Peabiru, a partir do nome, que no seu entendimento não significa “caminho da grama amassada” e apresentando evidências de que povos vindos da Europa e Oriente Médio podem ter -se utilizado daquele Caminho do Peabiru, finalizando com uma proposta de mudança da grafia para Pehabiru.

Após um rápido debate, leu-se a Carta de Curitiba pelos Caminhos do Peabiru, dirigida às autoridades do país, em todos os níveis, para que apoiem a criação de um grupo de trabalho para pesquisar com mais profundidade o Caminho do Peabiru e, após as assinaturas dos presentes, encerrou-se o encontro que foi um sucesso, com a participação de pessoas de vários municípios do Paraná e de Santa Catarina.