Uma aventura a pé do Chuí ao Oiapoque

Turista de São Paulo percorre o litoral brasileiro explorando atrativos naturais, históricos e culturais desde o Rio Grande do Sul até o Amapá

Com a mochila nas costas e uma câmera na mão, a meta do bombeiro militar da reserva Edson Sorrentino, 58, é chegar ao Oiapoque após 500 dias de caminhada. O longo percurso de 4.180 km em linha reta poderia ser feito em cerca de cinco horas de avião ou mais de 100 horas de carro pelos 7.270 km de estradas que ligam os dois extremos do litoral do Brasil. Mas, seguindo a sinuosa costa brasileira entre o Chuí (RS) e o Oiapoque (AP), o solitário turista paulistano espera percorrer cerca de 10 mil km em um ano e meio de caminhada. A longa jornada começou no dia 14 de janeiro pelo Chuí, na divisa com o Uruguai, e ajudará a divulgar os atrativos turísticos do roteiro através das mídias sociais.

Graças ao preparo físico, conquistado com 30 anos de trabalho como bombeiro militar e a experiência de outras caminhadas de longo curso, além de escaladas de montanhas dentro e fora do Brasil, Edson se saiu bem nos primeiros 10 dias de aventura. Ele percorreu cerca de 25 km por dia e carrega na mochila, em média, 20 kg de comida e água, além da barraca de camping. O descanso ocorre onde ele encontra acolhida para o pouso ou o cansaço exige uma pausa para se recuperar ainda que o ambiente seja inóspito. A praia do Cassino com cerca de 200 km de extensão, considerada uma das maiores do mundo foi, até agora, o trecho mais difícil da caminhada.

Uma das paixões do militar da reserva são as unidades de conservação da natureza ao longo da costa. Nas caminhadas, ele tem unido o roteiro com parques, reservas e áreas de proteção. “Já trabalhei muito. Agora pretendo desfrutar a natureza e fazer a integração das trilhas de longa distância pela costa do Brasil”, ressaltou. Antes de deixar o Rio Grande do Sul, ele já prepara outro trecho de grande apelo turístico para os amantes de atrativos de natureza e aventura. É o roteiro que integra os Campos Gerais, Aparados da Serra e Serra Geral, na divisa com Santa Catarina.

Outro prazer do andarilho é fotografar os faróis e as fortificações que pontilham o litoral de atrativos históricos. Somente na Ilha de Santa Catarina, serão 10 fortalezas nas 100 praias de Florianópolis. Antes, ele vai visitar o Farol de Santa Marta, em Laguna (SC), símbolo do turismo local. Já para chegar a um dos maiores faróis de toda a costa do Brasil, em Touros (RN), ele terá de caminhar muito até a Ponta do Calcanhar, na esquina do continente. Ao escalar os 298 degraus, ele verá do alto da torre de 62 metros – o equivalente a um prédio de 16 andares –  que, a partir de lá, o litoral muda de direção e a caminhada tomará o rumo do norte do Brasil.

Apesar de preparado para viajar sozinho, Edson espera reencontrar os amigos de outras jornadas que prometeram segui-lo em alguns trechos e, também, fazer novos companheiros de caminhada. Para ele, independentemente dos seguidores, a caminhada, além do simbólico significado da partida e da chegada, reserva prazeres e surpresas que só serão descobertos e vivenciados ao longo do caminho.

Fonte: Ministério da Cultura